Force, Strength, Power (Parte I - Intróito)


curated by Miguel Mesquita, May 2017


A beleza começou por ser uma explicação que a sexualidade deu a si-própria de preferências provavelmente de origem magnética. Tudo é um jogo de forças, e na obra de arte não temos que procurar "beleza" ou coisa que
possa andar no gozo desse nome.
Em toda a obra humana, procuramos só duas coisas, força e equilíbrio de força - energia e harmonia (...)

Perante qualquer obra de qualquer arte - desde a de guardar porcos à de construir sinfonias - pergunto só: quanta força? quanta mais força? quanta violência de tendência? quanta violência reflexa de tendência, violência de tendência sobre si própria, força da força em não se desviar da sua direcção, que é um elemento da sua força? *


* Adaptado de uma carta de Álvaro de Campos a José Pacheco, publicado na revista Contemporânea em
Outubro de 1922.

(in Obra Completa, Álvaro de Campos, ed. Jerónimo Pizarro e António Cordiello, Tinta-da-China, 2014, p.544)
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